Há anos atrás, no bom e velho “Cine Bijou”, cinema que funcionava no centro da Paulicéia, assisti a um filme que me marcaria definitivamente dali até esta parte: “Sacco & Vanzetti” (a película estava, àquela altura, proibida no país pelos senhores do golpe militar de 1964).
É certo que noutro momento pode-se discutir acerca do anticomunismo visceral que assolava os EUA dos anos 20 e que levou os dois imigrantes italianos mencionados à morte na cadeira elétrica, o que se constituiu num dos mais evidenciados erros judiciais do século XX. A acusação: duplo homicídio. O “crime cometido”, na realidade: o fato de serem anarquistas.
Em 24 de maio de 1921 (há exatos 88 anos), o julgamento de ambos teve início. Já em 14 de julho do mesmo ano foram condenados à pena capital, num processo marcado com as digitais da farsa. Depois de longos e torturantes anos, precisamente na madrugada do dia 22 para 23 de agosto de 1927, a sentença foi definitivamente aplicada, mesmo diante dos milhares que foram às ruas de todo o mundo protestarem pela anulação da sentença, durante esses seis anos.
É muito interessante verificar o que dizia a “Folha da Manhã” do dia 22/8/1927.
Uma história para não se esquecer.
Por ora, o que mais interessa, creio, é a indicação para que todos vejam essa preciosidade – está disponível em DVD para locação (mas, parece, fora de catálogo para aquisição), em edição histórica repleta de extras (tenho um exemplar, claro) –, verdadeiro marco do cinema político italiano da década de 70, dirigido por Giuliano Montaldo. O elenco: Gian Maria Volonté, Ricardo Cucciolla (vencedor do prêmio de melhor ator em 1971, em Cannes) e Rosanna Fratello. A canção, digamos principal, é interpretada por Joan Baez, com trilha sonora composta por ninguém menos do que Ennio Morricone.
É muita competência junta.
Filme imperdível.
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