É impressionante como o nosso país perde oportunidades em dar saltos qualitativos e comprovar que não é uma “república de bananas”!
É evidente que o padrão dos candidatos às eleições no Brasil é sofrível, para não dizer pífio – me refiro especialmente ao padrão moral, no seu sentido público.
Sou absolutamente a favor de “barrar” candidaturas cujos postulantes possuam pendências judiciais – não as “comuns’, por assim dizer, decorrentes do dia-a-dia. Mas pendências que atinjam, que coloquem em xeque a sua probidade, condição decerto no mínimo razoável para concorrer a pleitos eleitorais.
A decisão da Câmara dos Deputados brasileira, na noite de 8/7/09, no âmbito da chamada “reforma política”, em permitir que candidatos “sujos” possam concorrer, não me surpreende. Especialmente porque, tudo indica, beneficia diretamente muitos daqueles que nela têm assento – hoje e sempre.
Em suma, a reforma eleitoral facilita a vida de candidatos que foram considerados inelegíveis por alguma pendência judicial, mas cujas decisões ainda não foram consideradas definitivas, isto é, sem possibilidade da interposição de qualquer recurso.
Assim sendo, poderá ser candidato o cidadão que obtiver uma decisão judicial favorável, ainda que proferida APÓS o período de registro de sua candidatura.
É dizer: homens da estirpe de Daniel Dantas, por exemplo, que é acusado de crimes como formação de quadrilha e organização criminosa, gestão fraudulenta no seu “Opportunity”, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, poderão ser candidatos, caso a decisão judicial sobre os mesmos não seja definitiva.
E, lembremos, gente como Dantas tem obtido sucesso inclusive no Supremo Tribunal Federal.
Não há esperança de modificação disso tudo, haja vista que o que a Câmara decidiu passará, agora, pelo Senado Federal, o probo Senado Federal que, se aprová-las até o final de setembro/começo de outubro de 2009, valerão já a partir das eleições de 2010.
Lamentável.
“Te chamam de ladrão,
de puta…maconheiro.
Transformam o país inteiro num puteiro,
pois assim se ganha mais dinheiro.”
O tempo não pára – Cazuza.
Caro Edu
me permita complementar – se é que é possível – o seu preciso comentário:
“É segunda-feira, Congresso Nacional
Nenhuma viva alma para trabalhar
O vento assobia pelos corredores
Nem Zé do Caixão pode imaginar
Mumias zumbis em seus gabinetes
Tal como um vampiro elas querem te sugar
O suor e o salário dos inocentes
Torturam o povo que morre de fome
Câmara de horrores
Senado macabro
Maldito Congresso
Mal-Assombrado!” (D.F.C.)